Pitangui é um município da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, municípios limítrofes ao Sul Conceição do Pará, Norte Pompeu e Papagaios, a Leste Onça de Pitangui e Maravilhas e a Oeste Pitangui de Martinho Campos e Leandro Ferreira.
“Pitangui” é um termo originário da língua tupi, significando “rio das crianças”, através da junção dos termos pitanga (criança) e ‘y (rio, água).
Pitangui surgiu no fim do século XVII e foi elevada a vila em 1715. Em 1855, recebeu o título de cidade.
Escondida no alto de uma serra, a mais de 1.100 metros de altitude, a histórica Pitangui ainda guarda lembranças de quando era uma das mais importantes vilas de Minas e centro de abastecimento para os bandeirantes que seguiam para Goiás.
Descoberta por bandeirantes paulistas, chefiados por Bartolomeu Bueno da Siqueira, foi a Sétima Vila criada no Estado, em 1715, no ciclo do ouro, e elevada à cidade em 1855. Pertence hoje à Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais e ainda, ao Circuito Verde – Trilha dos Bandeirantes.
Não há dúvida de que Pitangui é uma cidade que respira história. Sua riqueza, em termos culturais, vai além do município, atingindo todo o Estado e o Brasil. Terra-mãe do Centro-Oeste Mineiro, por ser a cidade mais antiga da região, é berço de mais de 40 municípios de Minas Gerais, entre os quais podemos citar Divinópolis, Itaúna, Carmo do Cajuru, Pará de Minas, entre outros.
Pitangui é um convite ao turismo histórico, artístico-cultural e ecológico. Para se ter idéia do potencial histórico de Pitangui, é bom lembrar que a luta pela Independência do Brasil nasceu e culminou com a presença ativa de personagens de sua história.
Entre 1713 e 1720, aconteceram as primeiras revoltas pitanguienses contra as imposições da Coroa Portuguesa, sendo a primeira, a Sublevação da Cachaça. A Revolta de 1720, liderada por Domingos Rodrigues do Prado, contra a cobrança do quinto do ouro, conclamava que “quem pagasse, morria”. Apesar da derrota da Vila de Pitangui, os pitanguienses não pagaram e Conde de Assumar, então governador da Capitania, teve, contrariamente à sua vontade, de anistiar a dívida, dizendo que “essa Vila deveria ser queimada para que dela não se tivesse mais memória”, chamando a população local de “mulatos atrevidos”. Foi a 1ª grande revolta contra a Coroa, antes mesmo da de Felipe dos Santos, em Ouro Preto.
Em 1822, um vigário pitanguiense escreveria seu nome na história da Independência Brasileira: padre Belchior Pinheiro de Oliveira. Este foi conselheiro e confidente de D. Pedro I. Durante a jornada do 7 de setembro, padre Belchior aconselhou o imperador a proclamar a Independência do Brasil: “Se Vossa Alteza, não se fizer Rei do Brasil, será prisioneiro das Cortes e, talvez, deserdado por elas. Não há outro caminho, senão a Independência e a separação”. Pitangui, hoje, ainda preserva o seu sobrado, que é tombado pelo IPHAN e o seu túmulo, este, localizado nas escadarias da Igreja Matriz de N. Sra. do Pilar.
Pitangui guarda parte da arquitetura da sua formação inicial, embora a cidade tenha sido parcialmente descaracterizada, com a demolição de casarões, desaparecimento de imagens sacras, altares e peças de adorno. Em 2008, seu conjunto arquitetônico foi tombado em caráter definitivo pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A partir de 14 de março de 2010, entrou em vigor lei que proíbe o tráfego pesado no núcleo histórico da cidade.
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